Site Meter muito velha para isso

sexta-feira, 7 de março de 2014

no olho do furacão


o céu esta claro, mas chove muito. 
a casa está vazia. o copo. meu coração, que jaz em pedaços espalhados pelo chão. 
é tudo muito triste. muito pesado. muito cinza.

quantas batalhas você perdeu? quantas guerras isso te custou?

estar certo nem sempre é o certo. erguer muros nem sempre nos protegem. 

desistir de quem desistiu de você.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

#15 Para a pessoa que você mais sente falta

Eu lembro até hoje que quando eu recebi a noticia que você tinha ido, eu desabei. eu estava na escada com um cachecol na mão e desabei.

você foi meu mundo durante a minha adolescência. e quando você partiu, acho que senti parte da minha alma sendo levada junto.

seus últimos dias.. na verdade nossos últimos dias foram incríveis. a comida do hospital era péssima, mas tinha tv a cabo, e era bom assitistir discovery channel com você. eu vi você indo aos poucos, se entregando. tudo bem se entregar. eu já me entreguei algumas vezes também.

eu não tenho como calcular quantas vezes eu te quis de volta do meu lado. eu não sei calcular quantas vezes eu imaginei você me dando algum conselho. não sei calcular quantas vezes eu senti falta da sua comida.

hoje eu só tenho uns óculos seus. a foto do ovni, que eu nem sei onde minha mãe guardou. e acho que só.


só queria falar que você faz falta vovó. você sempre sabia o que dizer, quando dizer, mas nunca sabia como dizer. mas eu te entendia.

eu te amo. pra sempre.

domingo, 19 de maio de 2013

soltando sua mão

é. acho que é isso. em resumo, é isso. chega de segurar a sua mão. eu preciso ir, e você está andando devagar demais, com dúvidas demais. eu sempre soube o que queria e quando queria e me vejo presa a sua mão, presa a suas dúvidas e vontades e regras.

mas e eu? você alguma vez pensou no que eu poderia estar passando, ou tentou entender? conseguiu entender?

segurar na sua mão, significa ir no seu ritmo. você não tenta ir no meu. na verdade, eu vejo no fundo dos seus olhos que você tem medo de ir no meu. tudo bem, eu te perdoo. são poucas as pessoas que tem coragem e força suficiente para isso.

por isso, hoje solto da sua mão. quando você quiser, você corre atras de mim para me alcançar.

tem coisas que só sai da gente por escrito

eu tenho 24 anos. acho que todo post de sofrimento de amor eu começo falando a minha idade. vou começar de novo, mas não vou apagar.

outro dia, eu postei no facebook que precisava de um milagre. e "sorte no jogo, azar no amor".

guardem essas duas frases.

há umas 2 semanas ou mais, eu tive mais um pra sempre interrompido. o por quê no final não importa. o que importa é que eu tava saindo de uma depressão que me fodeu num ponto onde eu comecei té a duvidar de deus (e pra quem toda sexta tá rezando, isso é muito). duvidei de mim. duvidei de todos ao meu redor.

e quanto tudo estava se encaixando, ele me deixa. sem demonstrar nenhum sinal de dor ou sofrimento. "obrigada por ter passado 9 meses no meu apartamento, agora saia". ele me disse isso com o olhar.

eu tive que acreditar que eu não era descartável. eu tive que acreditar que eu ia conseguir sozinha (e olha, eu só comecei a acreditar um pouco hoje).

aí eu comecei a olhar para os lados. meus amigos. meus amigos me dando amor. eles já estavam fazendo isso antes, e começaram a me dar mais amor. isso me deu motivos pra ir trabalhar. meu trabalho me deu motivos pra ir trabalhar. olha quão longe eu cheguei? olha quantas coisas e pessoas eu conquistei?

tá, acabou. poderia não ter acabado. pq eu amei de verdade. amo ainda talvez, não sei. sentimentos às vezes são bem confusos.

mas eu peguei meus gatos. de volta. pra mim. chega de lar provisório.

e no carro, minha mãe, vira com o sorriso mais lindo do mundo e fala: agora você tá com te ama de verdade: seus gatos, e sua família.

e me faz um cafuné.

dor de amor dói. mas quando amor é de verdade assim acho que de alguma forma, você não tá sozinha. e nem incompleta.

obrigada mãe. obrigada ás minhas irmãs. obrigada ao meu avô. obrigada aos meus gatos. obrigada aos meus amigos e obrigada aos meus colegas de trabalho.


e  eu começo a me sentir mais leve...

quarta-feira, 3 de abril de 2013

o doce azedou

uma sucessão de coisas me levaram a estar onde eu estou hoje. e eu não sei onde eu to.

queria saber. queria, mais do que tudo, ter vontade de saber. heroicamente, hoje levantei cedo, tomei banho. esqueci de escovar os dentes, preciso tomar o remédio e fumar um cigarro.

não que fumar me dê o mesmo prazer que outrora. mas eu fumo pelo hábito. eu fumo pela parte de traz dos maços.

hoje em dia, eu tenho uma memória inventada. uma só. ela se repete de várias formas na minha cabeça. mas o fim é o mesmo.

é inverno, onde eu to. e eu to num pântano. e eu to afundando. e tem alguma coisa me machucando. e eu me sinto tão fraca, tão triste.
só queria dormir.
eu to chorando.

eu vou deitar mais um pouco.

quarta-feira, 27 de março de 2013

é uma tempestade

-john, você quis ficar. eu disse que não tinha muito a oferecer, e de alguma forma, o pouco que eu tinha acabou se gastando. eu não tenho mais nada.

-mas você balança o barco. você só sabe balançar o barco, e é isso, suas coisas cairam no mar.

-não john. isso é uma tempestade. o barco tá balançando sozinho pois é uma tempestade. mas é meu barco, e eu não posso pular do meu barco.

-você precisa parar de balançar o barco.

-john. ali tem um bote salva vidas. só tem um, pois este é um barco pra um, e você quis vir nele. você viu as coisas incríveis que este barco passou, lugares maravilhosos das fotos espalhadas pela cabine, mas é um barco pra um, e este barco passou por quatro tempestades seguidas. não sei se ele vai aguentar, mas eu não vou abandonar meu barco.

-tudo bem.

-o colete está ali. ou você pula e nada de volta pra costa, pra onde é o seu lugar, ou você se amarra no mastro, e me ajuda a girar o leme pro sentido certo.

-mas o sentido certo é o outro.

-john, você tá no meu barco. entenda, o sentido que você acha certo é voltar pra costa. é voltar pra terra firme. eu não vivo em terra firme. eu morro em terra firme. eu já passei por tempestades piores. esta é uma das feias, mas sei que quando ela passa, o sol brilha, os golfinhos pulam e a água é cristalina. isso não existe em terra firme. em terra firme, o máximo que se chega é no chão.

-entendo.

-pega o colete. eu estou me amarrando no mastro. mas eu não posso mais tentar te segurar...



segunda-feira, 25 de março de 2013

saudosismo


saudade de frank sinatra. cantar no metro e "eu te amo"s interminaveis. saudade de ser agarrada, de me apertarem tanto, até eu não aguentar mais. saudade de ser desejada e querida, e escutada. saudade de sentir admiração. saudade de gente buscando a minha atenção, como se fizesse a diferenca. saudade de fazer a diferença. saudade de poder falar meus sentimentos, e de edredon. saudade dos copos de cerveja que nunca terminavam. saudade de ouvir o quanto eu sou linda. saudade, saudade, saudade...




quando há saudade demais, é porque não é mais fase.