Site Meter muito velha para isso: #11 - Para alguém falecido que você gostaria de falar

sábado, 26 de março de 2011

#11 - Para alguém falecido que você gostaria de falar

oi.

sabe. eu consigo ouvir sua voz falando "oooooi" daquele jeito. aquele jeito que você fazia. de quem ia aprontar muito e precisava de um co-piloto. e eu era sua co-pilota.
eu lembro quanto tempo eu passava na sua casa, e o quanto a gente fazia coisas juntos. das mais normais, às mais absurdas. e como era bom estar viva ao seu lado.
lembra como a gente ficava acordado, falando mal da mtv, falando mal das pessoas, falando mal da faculdade..e a noite SEMPRE terminava, com a gente correndo no minhocão, ida e volta e gritando. e pensando em como devia ser foda morar ali, e que a gente nunca moraria ali, por causa dos babacas que ficam correndo o minhocão de madrugada gritando.
a gente se entendia, e terminava as frases um do outro, e cuidava um do outro da nossa forma adolescente e auto-destrutiva.e eu sei que eu nunca mais vou achar alguém que me olhava e sabia de mim, como você fazia.
eu sempre que desço a augusta lembro de você, lembro da sensação que era ser dono do mundo e eu sempre olho pra cima, pra ver se a luz vai estar acesa. um dia eu até toquei sua campainha, mas era só pra ter certeza que você realmente não ia atender. a ultima vez que a gente se viu, eu tava andando na frei caneca, e você tava voltando pra casa e você me abraçou tão forte. me chingou de traidora e "esqueceu dazamiga?!?". eu depois passei na sua casa e você não atendeu, e era o código e eu sabia o pq. rs.
você me faz uma falta absurda. e eu sinto tanto eu ter deixado você cair. de verdade. é tão dificil pra mim aceitar que se eu não tivesse te respeitado, você hoje estaria aqui. poderia ter terminado a faculdade imbecil, ou não, poderia ter seguido seus sonhos, e continuado a tocar teclado e você ia estar aqui. eu me culpo às vezes, pq eu poderia ter lutado por você. e eu não lutei. mas era aquilo, que até você falava "ninguém pode fazer nada por mim". eu estava a 250km/h e você falava sempre que eu estava devagar demais.
você brilhava demais, e era um gênio e esse era o problema. a sua genialidade acabou te consumindo  de uma forma onde você precisava de uma válvula de escape. e você achou.

eu sempre vou te amar, incondicionavelmente.
obrigada por tudo sempre,

ciça


2 comentários:

Fernando Araujo Konesuk disse...

Parabéns Ci, vc escreve muito bem e tb transparece uma carga sentimental muito intensa em suas palavras!!!!!!!!

Nelly Moretzsohn disse...

eu fico irada, pq eu tenho sono, tenho que dormir e queria ficar aqui lendo tudo... digo pq li um bocado e todo teu texto me agrada, parece um pouco do que eu leio, diria que menos psicótico. Enfim, gostei, voltarei e blá blá blá...

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